O dia 11 de março de 2023 foi histórico, no Tanque 7 do Parque Maeda, em Itu-SP, tanto para os competidores que se destacaram no CBP 4, quanto para toda a equipe de produção da Fish TV e torcedores no entorno da arena.
A começar pelo clima: na sexta-feira, um dia antes, um temporal tomou conta da cidade. No domingo, um dia depois, uma chuva intensa voltou a castigar a região. No sábado, dia da final, poucas gotas caíram sobre os finalistas.
Outro fato que engrandeceu muito o evento foi a transmissão ao vivo para todo o Brasil e para todo o mundo, com uma audiência de mais de meio milhão de pessoas acompanhando, tanto na tela da Fish TV, quanto em seu canal oficial do Youtube, durante mais de 9 horas ininterruptas de pesca esportiva e conteúdos gerais relacionados ao campeonato.
Quando a prova começou, às 9h15, a Fish TV já estava ao vivo há 45 minutos e, durante este período pré-prova, era notório o clima misto de tensão e foco entre os participantes da grande final. Porém, como sempre, apesar do nervosismo, todos os finalistas se respeitaram, se ajudaram e fizeram valer o real significado desse esporte tão incrível chamado pesca esportiva.
Foram diversos momentos muito marcantes durante esta quarta edição, onde todos ali presentes mereciam, de fato, ganhar o troféu principal. Apesar do nível altíssimo entre os finalistas, não tinha a mínima possibilidade de se apontar um favorito antes da disputa começar. Tudo poderia acontecer.
Assim que a final se iniciou, todos já começaram a parabenizar o trabalho do zootecnista do CBP, Fábio Mori. Assim que foi divulgada a confirmação da final no Tanque 7, Mori fez um grande estudo e se dedicou na arena, com o intuito de aumentar a sua produtividade e a rapidez de resposta. Deu muito certo! Quando todos jogaram suas primeiras iscas na água do Tanque, demorou poucos segundos para o primeiro peixe ser fisgado.
No primeiro tempo, Diego e Eduardo Leite pegaram bons exemplares e foram para primeiro em pouco tempo de prova, seguidos por outros grandes pescadores, como Danilo e Ryan e Alex Júnior e Claudinho. Logo atrás, chegando perto aos poucos, já aparecia o casal Kamila e Anderson Biguá, que fizeram uma final incrível e lideraram durante um bom período.
Antes deles assumirem a ponta, ainda no primeiro tempo de prova, quem começou a disparar foi Didi e Eduardo, grande dupla que já havia se destacado nessa edição. Foram oito bons exemplares pegos na parte da manhã e todos já começavam a reparar mais nas estratégias adotadas pelos dois competidores.
Pouco tempo depois, Arruda e Rei Costa encostaram e assumiram a vice-colocação, após terem capturado, somente, exemplares de mais de 12 quilos! No segundo tempo da grande final, quem começou a incomodar os adversários foram os grandes pescadores Emanuel e Divino, que encontraram o jeito certo de pesca e somaram um peixe atrás do outro. A dupla também capturou oito exemplares pela parte da manhã, mas o que ninguém poderia imaginar era que os dois últimos tempos de prova deles seriam ainda mais incríveis, os levando para a terceira colocação geral do CBP 4!
Mas, antes deste momento, pouquíssimos quilos atrás, já apareciam Kamila e Anderson, que dispararam nesse segundo tempo, com uma sequência de Tambas pegos na massa de fundo. A pescaria estava tão produtiva para os dois, que eles dispararam. Ao final da segunda bateria, o casal Biguá foi para primeiro com 92,400kg, mais de 12 quilos a mais do que Eduardo Araújo e Didi, vice-colocados até então.
Foi nesse momento, na pausa para o almoço, que todos começaram a olhar para Anderson e Kamila com outros olhos. A presença do boné amarelo, entregue para os competidores representantes do top 3 ao final de cada bateria, já chamava ainda mais atenção.
Para os apaixonados pelo Campeonato Brasileiro em Pesqueiros, nesse momento, obviamente, veio a lembrança da final da segunda edição, quando o também casal, formado por Juliana e Rogério, venceu e levou aquele CBP.
Aliás, falando em Juliana e Rogério, que também estavam presentes na grande final, foi ao fim da segunda bateria em que tudo mudou para eles. Até então na 33ª posição, com apenas 11,760kg pescados, o casal precisava encontrar uma outra estratégia para entrar, novamente, na disputa dos 50 mil reais.
Foi aí que, ao som da corneta que encerrou o segundo tempo, Rogério fisgou um belo exemplar que mudou a final dos dois: um Tambacu, pego com ração na boia cevadeira, de incríveis 22,700kg! O casal terminou a grande final na 19ª posição, porém, o belíssimo exemplar deu o troféu de maior peixe para os dois, que entraram para a história do CBP mais uma vez!
Mas foi nesse momento de intervalo maior, quando os pescadores pararam para descansar e almoçar, que a classificação mudou, radicalmente. Fazendo uma boa prova e estando na terceira colocação geral, Marcel e Tiago já começavam a aparecer. E foi a terceira bateria que começou a definir o destino do CBP 4.
O casal Biguá, líderes, não caíram em uma raia tão produtiva neste terceiro momento e a prova deu uma leve travada para os dois. Mas o contrário aconteceu com duas duplas: Marcel e Tiago e os jovens Pedrinho e Júlio.
Representando o futuro da pesca esportiva, os garotos da grande final mostraram que esse esporte vai continuar crescendo a cada nova geração. Logo no início da prova, eles capturaram um Pintado. A partir daí, focaram nos Tambas e arrebentaram! Foram 18 exemplares da espécie, além do primeiro peixe.
A grande maioria foi pego na anteninha, estratégia que adotaram até o fim. Para se ter uma noção, cinco destes peixes tinham mais de 15 kg! Júlio e Pedrinho começaram a esquentar a disputa com Marcel e Tiago, que continuou de altíssimo nível. Só das três horas da tarde até às quatro, os dois pegaram seis pesados peixes na boia cevadeira.
Porém, no quarto e último tempo, não teve quem segurasse a dupla campeã! Quem estava andando pela arena, percebia os dois se motivando e a parceria deu muito certo. A prova disso é a diferença para os vice-campeões. Júlio e Pedrinho, que fizeram uma final inesquecível e pescaram demais, capturaram 19 exemplares e 209,800kg.
Já Marcel e Tiago colocaram nas balanças oficias do campeonato, um total de 29 exemplares, somando o número absurdo de 250,440kg de peixes! Entre as espécies, estavam o Tambacu, Pintado, Catfish e Pirarara. O destaque foi para o momento em que eles pesaram um Tamba de 18,200kg, chegando perto do maior peixe do dia, exatamente às 16h40, pouco depois de terem pego dois outros Tambas, de 12kg e 13kg.
Um fato interessante a se observar é sobre a variação de estratégias dos campeões. Enquanto muitos focavam em uma isca e modalidade, Tiago e Marcel alternavam. Com muita pesca de fundo, eles também optaram pelas boias, e trocavam as iscas entre massa, minhoca, minhocoçu, beijinho e anteninha.
Deu muito certo e, faltando um minuto para o fim, os dois já largaram seus equipamentos e se abraçaram. Que cena! Ao final, o pulo nas águas do Tanque 7 era certo, pois já estava definido: o título do CBP 4 era, diga-se de passagem, muito merecidamente, de Marcel e Tiago!
E assim terminou o top 10 da quarta edição do Campeonato Brasileiro em Pesqueiros:
1º – MARCEL E TIAGO – 250,440KG
2º – JÚLIO E PEDRINHO – 209,800KG
3º – DIVINO E EMANUEL – 178,780KG
4º – NONI E TATOS – 166,610KG
5º – JOÃO E RINALDI – 145,610KG
6º – DIDI E EDUARDO – 143,710KG
7º – LUKINHAS E WAGNER – 139,090KG
8º – FILLIPE E VICTOR – 137,320KG
9º – ANDERSON E KAMILA – 136,900KG
10º – ALEX JUNIOR E CLAUDINHO – 127,180KG
Com um total de 3.443,070kg, com 351 exemplares pescados, a grande final do CBP 4 também foi a etapa no Tanque 7 em que mais saiu peixe na arena! Parabéns aos novos campeões brasileiros!